São Brás

São Brás é uma freguesia portuguesa do concelho da Amadora, com 5,12 km² de área e 26 263 habitantes (2011). Densidade: 5 129,5 h/km².

A freguesia foi criada em 12 de Julho de 1997.

São Brás tem sido identificado com o povoado muçulmano referido nas crónicas como Zambras (Xanbrache).

A primeira referência documental relativa a Alportel data de 1518, quando era Grão-Mestre da Ordem de Santiago, D. Jorge, filho ilegítimo do rei D. João II. S. Brás era, então, uma Ermida anexa à Igreja de Santa Maria de Faro. Ainda no reinado de D. João II,

 S. Brás de Alportel passa para o domínio directo da Coroa, entrando no património da Casa das Rainhas, porque o rei D. Afonso III não confirmou a doação da localidade à Ordem de Santiago, que havia sido feita por D. Sancho II.

Em 1591, o Bispo D. Francisco Cano ordenara que na Igreja de S. Brás se colocasse um sacrário, elemento indispensável para que o templo pudesse ser elevado a igreja matriz. Assim nasceria a freguesia de S. Brás. Em 1601, numa Bula concedida pelo Bispo Fernão Moniz de Mascarenhas, S. Brás é referido já não como templo ou igreja, mas como lugar. Anos antes, desde 1577, os dicionários corográficos chamam-lhe ou freguesia ou lugar. No ano de 1607 dá-se a separação de alguns povoados que hoje pertencem ao concelho, das suas regiões de origem.

A história contemporânea de São Brás de Alportel tem origem em 1912, quando o deputado Machado Santos apresentou ao Congresso um projecto de Lei para a criação do concelho de Alportel, que era então a freguesia rural mais populosa do concelho de Faro (ao qual viria a ser subtraída) e mesmo de todo o País, quer em área, quer em população (na altura rondava os 12 500 habitantes). Machado Santos, que era grande amigo do sã-brasense João Rosa Beatriz, empenhou nessa tarefa grandes esforços até que alcançou a concretização dos seus desejos.

Em 1 de Junho de 1914 é publicada no Diário do Governo a elevação a Município da freguesia de S. Brás com a denominação de concelho de Alportel com sede na Aldeia de São Brás, donde a designação de São Brás de Alportel. O primeiro administrador do novo concelho foi o alportense João Rosa Beatriz, que mais tarde foi Cônsul em Marrocos.

A igreja de São Brás remonta, provavelmente, ao século XV. Era um templo de uma só nave, pois era uma capela “curada” anexa a Faro. Após a elevação da localidade a freguesia, nos meados do século XVI, logo se iniciaram as obras de reconstrução do templo. A responsabilidade de edificação do novo templo era da população local, que era então de seiscentas pessoas. A igreja estava praticamente concluída em 1565. Em 1587 o bispo do Algarve, D. Jerónimo Barreto, ordenou que o retábulo da capela-mor fosse dourado e pintado.

O terramoto de 1755 danificou o templo, nomeadamente a ousia que foi derrubada, mas de imediato o prior ordenou a sua reconstrução. Relativamente à talha, somente sobreviveu um retábulo setecentista proveniente da primeira capela do lado da epístola, junto ao cruzeiro. De grande valor é o património escultórico, composto por cerca de vinte imagens dos séculos XVII a XIX, de que se destaca a imagem de S. Libório do século XVIII.

Quando se efectuou a transferência da sede do bispado algarvio de Silves (Portugal) para Faro surgiu a necessidade de construir uma nova residência de Verão para os mais altos membros do clero da diocese. A localidade escolhida foi São Brás de Alportel, sendo os bispos Simão da Gama e D. António Pereira da Silva os responsáveis por grande parte das obras. Apesar do Palácio Episcopal ser só de um andar, era um edifício nobre com capela particular, salas espaçosas, pátio interior, galeria exterior, jardins com lago, fontes e tanques, alamedas arborizadas e floridas, casa de pombal e pomar. Actualmente o edifício está muito descaracterizado.

Em São Brás de Alportel existe também um Museu Etnográfico do Trajo Algarvio, que se encontra instalado na casa António Bentes.

No século XIX, São Brás de Alportel tornou-se um importante centro económico. As plantações de sobreiros incentivaram o desenvolvimento comercial e fizeram do município o maior produtor de cortiça de Portugal e do mundo. Esta situação permitiu a independência do concelho de Faro, sendo São Brás de Alportel elevada à categoria de concelho em 1914.

Os sucessivos governos de Lisboa nunca gostaram de uma economia forte no sul do país e desde sempre estiveram interessados que este sector fosse transferido para o interior e Norte do país. Actualmente apenas existe uma empresa transformadora de cortiça e 4 empresas de preparação de cortiça. Na década de '80 existiu uma fábrica de cogumelos, mas esta sem sucesso acabou por fechar as portas.

Os únicos rendimentos provêm da apanha de alfarroba, figo, amêndoa, azeitona e medronho. Relativamente à alfarroba existem 3 intermediários que compram e vendem depois para Espanha juntamente com a amêndoa. Os figos e medronhos vendem-se apenas em duas pequenas indústrias do concelho que apenas funcionam parte do ano. A azeitona apenas pode ser enviada para o único lagar de azeite no concelho ou então para Santa Catarina da Fonte do Bispo, em Tavira.

A economia em São Brás de Alportel é semelhante aos restantes concelhos do interior do país. O maior empregador é o município e são as pequenas lojas que ainda criam alguns postos de trabalho. No Verão o concelho beneficia de alguma actividade turística, mas sem praias é apenas um parente-pobre. A falta de indústrias e empresas no concelho leva a que os quadros superiores residentes em São Brás de Alportel têm de ir trabalhar para os concelhos vizinhos, essencialmente Loulé, Faro, Olhão e Tavira ou então vão para Lisboa ou ainda alguns emigram.

 


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